quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

Portugal, Cuba





Durante anos visitar Cuba fez parte das minhas ambições, e consegui concretizar esse desejo, se não estou em erro no ano de 2003.

Atraía-me a cor do céu e o carismático Fidel Castro.

Regressei desiludida.

Se não fosse a extensa abertura para o mar, mal se poderia respirar em Havana, com o cheiro permanente a ferro-velho, e o cheiro das infra-estruturas rebentadas a escorrerem pelas ruas.

A perseguição permanente aos turistas pelos locais, a que simplisticamente se chama simpatia , não mais é, que uma forma escamoteada de ter acesso a moeda estrangeira, que lhes dá acesso ao que de outra forma não conseguiam.

Não me vou alongar no relato de tudo que me decepcionou. Talvez uma referência ao medo de falar. A primeira vez que tive consciência da falta de liberdade de expressão.

E outro pormenor interessante, apesar do embargo, a quantidade de cães potencialmente perigosos, importados, a que me responderem, corresponder a apostas sobre lutas de cães.

Os hospitais que de tão boa fama rezam, são os modernos, para onde vão as minorias e os estrangeiros, os outros, são aterradores, convidando mais à morte, que a uma hipotética recuperação.

As estradas não são sinalizadas. Não vá algum turista ou um autóctone aventurar-se...

A ausência de analfabetismo, parece que é uma realidade, mas o Granma é o único jornal, mesmo no aeroporto, etc

Longe de mim querer ser injusta, mas esta foi a impressão que me ficou. Um povo extremamente infeliz, miserável, em nome de quê?

Hoje ao ver e ouvir na SIC, o Professor José Gil, falar sobre a semelhança destes dois países, leitura que venho fazendo há algum tempo, estupefacta, como é que uma simples cidadã pode ter esta percepção, que escapa aos responsáveis políticos? Não será Cuba em Portugal o objectivo?

Perante isto como resposta, só a insurreição, independentemente das consequências, que não poderão ser mais desastrosas que aquelas a que estes facínoras nos pretendem levar.

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