terça-feira, 24 de abril de 2012

Miguel Portas

Lamento sinceramente a sua morte

Passos Coelho, um equívico do 25 de Abril



Ouvindo Irene Pimentel e Adelino Maltez ainda acredito que a palavra é, pode ser uma arma, assim como a inteligência.
Acredito que a conglomeração de gente idónea ainda nos possa livrar do atoleiro, em que Passos Coelho, e a cambada que o rodeia neste triste desnorte, insistem em nos meter.
Pergunto: onde restaria Passos Coelho, se não fosse o 25 de Abril? A julgar pelas suas últimas declarações, referentes ao protagonismo de alguns, que atestam não só a sua ignorância, sobranceria e falta de inteligência, e dado o país em que vivemos, em que de 70,00€ de gasolina, mais de 19,00€ são para o IVA, e porque apesar da pose, tudo nele soa a falso e a vulgaridade, estaria certamente não no Parlamento, a ouvir o Hino Nacional, mas “When you walk the streets for Louie, you better do, what, Louie tels you to.

domingo, 1 de abril de 2012

Portugal é um país SÒRDIDO!

O corpo habituado a exercício físico, pediu-me uma caminhada, mesmo que modesta, porque o tempo era escasso.
Aproveitei para ir ver como estão as obras do metro a abrir um dia destes, já que a inauguração esteve agendas para meados de 2010.
A zona vedada, deu para perceber que as obras estão adiantadas e que haverá um elevador com cabine envidraçada, o que levou a perguntar-me por quanto tempo?
Depois os prédios grafitados, também me sugeriram a hipótese de que ao invés dos políticos, quem deveria ter policia à porta deveriam ser os cidadãos, já que alguns grafitis marinham paredes acima, tipo homem aranha.
No cruzamento estava uma cadela, sonâmbula, alienada de tudo, como se estivesse em pé por ironia do destino, aspirando a morte, e eu também a aspirar que esta lhe chegue rapidamente para poder enfim repousar.


II

Nunca consigo ficar indiferente a uma cadela em sofrimento. Aproximei-me, vi que a zona dos quadris estava ensopada. A cauda caída e tudo ensopado. Num ápice esqueci-me das horas, pensando que estava extenuada de abusos, e fui buscar-lhe de comer e de beber. Estava no mesmo sítio, sonâmbula. Vencida. Morta, apesar de viva.
Perante a minha insistência, mexeu-se com dificuldade e seguiu em direcção a um prédio. Subiu a rampa com dificuldade. Percebi que era dali.
O que de imediato se confirmou por uma moradora chegar com o seu canídeo. As pessoas só gostam dos seus cães. Soube que o bicho vencido, era do 2.º Esq. Impertinente bati e preparei-me para a guerra, para o insulto.
Após muita insistência a suspeita dona desceu. Velha, daquelas que mesmo novas, sempre foram velhas. A queixar-se de tudo. Soube então que a cadela tem treze anos, está surda, e que logo de manhã a metem na rua. Prática desde sempre, e em qualquer ocasião, a julgar pelas mamas denunciadoras de infinitas ninhadas.
Disse á velha que a idade dela lhe deveria conferir alguma humanidade e compreensão. E que o bicho estava muito doente. E retirei-me ciente de que o meu esforço foi completamente debalde, mas com a magra esperança, de que pelo menos hoje o bicho tivesse tecto.
Podendo não passarei por ali. Só temo que na inauguração, o bicho esteja, ainda vivo, sonâmbulo e que algum fotógrafo, não dando por ele o fotografe, como a cadela vadia na inauguração de uma lixeira inaugurada por Fátima Felgueiras e que ninguém viu, nem sequer o fotógrafo.


III

É por estas e por outras que este país não é para mim. É um país sórdido, onde me apetece usar uma linguagem sórdida. Dir-me-ão que não vale a pena.
Enquanto só houver, um filho da puta de um presidente, de um primeiro-ministro, de um presidente de câmara ou de freguesia, de um deputado, ou de um político e que se mantenha este estado de coisas, que me envergonha, pelo primarismo que o permite.